A falta de espaço e, muitas vezes, de condições financeiras faz com que irmãos dividam o mesmo quarto. Às vezes, os irmãos fazem é questão de ficarem juntos. De um jeito ou de outro, uma coisa é certa: além de as crianças aprenderem a conviver respeitando o espaço uma da outra no mesmo ambiente, o quarto pode realmente ficar lindo e prático. Assim, a experiência de dividir o quarto com irmãos, da infância à adolescência, será guardada pelo resto da vida com muito carinho.
O estilo clean dominou o quarto de 13 m². Nas paredes, os painéis de madeira com recortes circulares acomodam brinquedos e exibem um tecido lilás de estampa miúda. “Já que o quarto não é grande, optamos pela decoração limpa, com tudo iluminado, arejado e com boa circulação”, explica a arquiteta e mãe das trigêmeas Carla Basiches, que assina o projeto com o marido, Ricardo, responsável pelo desenho dos móveis brancos e retilíneos, que servirão para as meninas por, pelo menos, mais quatro anos. Os berços foram revestidos de tela e, entre dois deles, o gaveteiro com frente de vidro facilita achar roupas e sapatos. Do outro lado, além da poltrona de amamentar, há o terceiro berço e o trocador, com seis gavetas e dois gavetões. Sob esse móvel fica a bicama da babá.
O surfe, esporte preferido do pai, inspirou o primeiro quarto de 10 m² dos gêmeos. A mamãe, a arquiteta Maria Fernanda Lima, alinhou os berços à parede maior, que recebeu a pintura especial e rodateto seguindo o tema – chinelos, baldinhos, coqueiros, estrelas-do-mar, tartarugas. Em vez da poltrona tradicional, Maria Fernanda preferiu o modelo duplo, mais espaçoso. Do outro lado desse móvel, está a cômoda/trocador.
O casal de gêmeos convive em paz no quarto de 10 m². O mérito é do projeto assinado pela mãe, a arquiteta Laura Uchôa, que aproveitou cada centímetro. Berço, cômoda e cama foram executados sob medidas reduzidas para facilitar a circulação, mas sem comprometer o conforto. Para demarcar os territórios, do lado de Marcos, o branco foi quebrado por detalhes azuis e, do lado de Olívia, predominam mimos vermelhos, incluindo as iniciais de cada um sobre os berços. Acima do trocador (à direita), a prateleira é conjugada com o painel fotográfico, que permite trocar as imagens. A cômoda tem gavetas amplas e portas com venezianas para arejar o interior. O carpete foi coberto por vinil, material prático de limpar e que pode ser facilmente removido ou substituído no prazo de validade de dois anos. A mãe pensa manter os irmãos compartilhando o mesmo espaço por muitos anos.
O azul-hortênsia traz tranquilidade para os gêmeos Guilherme e Gabriela. Entre os berços, a cômoda marca presença com um mix de materiais – as gavetas superiores têm frente transparente e as outras são revestidas de junco. As mudanças incluíram a transformação da varanda ao fundo: com 5 m², virou espaço de brincar e de brinquedos. Coberto com laminado, o piso é agradável ao toque e fácil de limpar. Por ser baixa, a estante facilita a organização. A porta de correr envidraçada pode ser fechada quando o ar-condicionado está ligado, sem impedir que a luz natural continue a inundar o quarto. Verde e transparente, a cortina filtra delicadamente a luminosidade. Projeto de Patrícia Greijal e Ana Cruz.
Com um visual moderno e prático, o espaço partilhado por Amanda, de 3 meses, e Enrique, de 3 anos, tem soluções na medida certa para agradar ao gosto de cada um no quarto de 15 m². Quem assina o projeto é a Oba!, das arquitetas Leila Bittencourt e Fernanda Casagrande. Com soluções criativas, a dupla conseguiu harmonizar em um mesmo espaço – e sem conflitos estéticos – duas idades distintas. “Trabalhamos com cores primárias, assim o visual é unissex”, explica Fernanda. Os pais ficaram preocupados que o filho mais velho se sentisse perdendo espaço (e atenção) com a chegada do bebê. Por isso, ele ganhou um nicho junto à cama para colocar seus brinquedos preferidos e teve a coleção de bolas valorizada. Já Amanda ganhou cômoda e berço herdados do irmão, mas um enxoval feito sob medida, com toques femininos.
O degradê de azuis predomina na parede. O vermelho marca presença nos detalhes da poltrona, das almofadas e da cortina. A combinação inusitada dessas cores enche de vida o quarto de 13 m² dos gêmeos Vinícius e Beatriz, de 4 meses. Os berços e a cama são de laca branca e realçam os tons escolhidos. Para guardar sem esconder os bonecos, foram criados nichos redondos, de 60 cm de diâmetro. Projeto de Alessandra Amaral.
Os designers Tatiana Pinho e Cláudio Magalhães, quando souberam que o segundo filho era um menino, apostaram em um espaço conjunto com a irmã, Antonia, de 4 anos. No quartinho de 11,25 m², de um lado, Gabriel se encanta com as cores das bandeirinhas e com seu enxoval de piratas. Do outro (próxima foto), a irmã, Antonia aprecia o painel de fotos da família.
Letras coloridas de tecido identificam o berço de Gabriel e a caminha baixa de Antonia. “O primeiro passo foi mudar a cor da parede para verde, um tom mais neutro”, conta Tatiana, que é adepta de um visual mais limpo. “A maioria dos móveis foi herança de parentes e nós apostamos nos acessórios, bem coloridos e criativos.” E ideias bacanas não faltam: até a capa do pufe tipo saco, feita pela avó, e de retalhos de algodão. A peça fica sobre o tapete de borracha em tom de melancia. Projeto de Tatiana Pinho e Cláudio Magalhães.
Júlia, de 10 anos, pediu aos pais que Lorenzo dividisse com ela seu quarto. A tarefa de tornar o ambiente agradável para os ambos foi assumida por Emílio Barolo, o papai designer. Ele pensou numa distribuição em U, no cômodo comprido, de quase 16 m². No lado direito, ficam a cama de Júlia e sua escrivaninha, além de prateleiras que abrigam livros e brinquedos. No esquerdo, estão o berço do irmãozinho e a cômoda. Os pais desejavam claridade, por isso os móveis são brancos. Sobre as outras cores, não houve briga: Júlia escolheu o azul, que se mescla harmoniosamente ao verde do enxoval de Lorenzo. O piso ganhou o confortável e prático vinil.
“Crias nichos é uma opção menos monótona do que usar prateleiras”, diz a arquiteta Andréa Chicharo. No quarto das irmãs Carolina, 12 anos, e Juliana, 8, eles ocupam posição de destaque, valorizando a parede das cabeceiras da cama. Dividir o mesmo quarto foi uma opção das meninas. Os tons suaves, um pedido da mãe. Quando as bicamas entram em cena, é preciso mudar o criado-mudo de lugar, tarefa facilitada pelos rodízios do móvel.
Os irmãos Gustavo, 11 anos, e Tiago, 8, já estavam acostumados a dividir o mesmo teto na hora de dormir. Quando a família se mudou para um apartamento maior, a ideia de ficarem separados não os convenceu. “Propus unir os dois quartos e criar um espaço maior que eles pudessem compartilhar”, fala a decoradora Isabella Giobbi. O novo ambiente ficou com amplos 17 m², mas nem por isso encheu-se o lugar de móveis. Tantos as camas como a bancada, alojadas em cantos opostos, foram dispostas em L. Dessa forma, liberam a maior área possível dentro do quarto. Para subir nas camas, que têm 80 cm de altura, os irmãos usam uma escadinha. Na base dos móveis, há gavetões de 84 cm de profundidade para brinquedos e roupas de cama. A tinta laranja marca o local onde estava a parede entre os quartos, retirada na reforma.
Para decorar o quarto dos irmãos Felipe, 6 anos, e Vítor, 3, a decoradora Bety Neumann tirou partido do MDF laqueado branco. O material foi usado no beliche, nos lambris, na bancada e no gaveteiro, onde é guardada a roupa dos meninos. Tudo feito sob medida. Repare que a altura do lambri segue a cama superior do beliche, resultando num ambiente visualmente harmônico. O arremate é dado por uma prateleira, que expõe brinquedos. A pintura especial das paredes, criação de Adriana Carlota e Helô, traz estrelas e planetas num fundo azul. Um truque poupa centímetros preciosos da janela: como não havia espaço para uma cortina volumosa, optou-se por uma persiana, que fica encaixada na moldura de MDF.
Móveis capazes de manter sempre em ordem o quarto dos filhos adolescentes, Fábio e Fernando, foi o pedido da mãe para as decoradoras Flávia Aguiar Campana e Ruth Mendonça de Barros. Além do armário de roupas compartilhado, eles dividem a bancada de estudos e os módulos de parede. Nas camas, há rodízios, permitindo a disposição em L ou paralela. A ampla cabeceira de couro dá comodidade em ambos os casos.
As irmãs de 11 e 7 anos concordaram em partilhar o quarto a fim de reservar um ambiente só para as brincadeiras. Juntas, as meninas definiram as cores. “Gosto de azul e minha irmã de rosa”, diz a mais velha. O arquiteto Dado Castello Branco, autor do projeto, combinou os dois tons no enxoval. O lambri de 1,20 m de altura emoldura as camas.
Quando a mãe dos meninos de 8 e 6 anos avisou que iria renovar a decoração do quarto, o mais velho pediu para dormir sozinho. Uma novidade, porém, levou o garoto a mudar de ideia. “Ao ver o beliche, ele achou melhor continuar a dividir o espaço com o irmão”, conta a designer de interiores Pitti Marrone, que recebeu a tarefa de criar uma atmosfera alegre e descontraída. Tons de azul e verde trouxeram o clima desejado.
Ao encomendar à arquiteta Ana Menoita o quarto de Maria Eduarda, 7 anos, e Maria Luiza, 4, a mãe das meninas queria incentivar o convívio entre as filhas. Por isso, a solução foi unir duas suítes de 12 m² – um dos banheiros acabou virando closet. Na decoração, Ana buscou um clima bem feminino: além cor rosada das paredes, o enxoval exibe um patchwork diferente, com tonalidades próximas em cinco padrões distintos. As mesinhas de estudo têm 75 cm de altura e tampo de laminado plástico. Um lambri de 1,25 m de altura circunda o ambiente.
As irmãs Fernanda, 10 anos, e Carolina, 12, adoram brincar e fazer lição de casa juntas em seu quarto de quase 15 m². O outro dormitório foi destinado aos estudos e aos brinquedos. O ambiente ficou alegre e muito colorido. Como a área é reservada apenas ao descanso, sobrou espaço suficiente para duas camas, um armário lateral e um móvel de TV. “Cada cabeceira traz seu próprio painel de gesso com iluminação embutida”, explica a decoradora Cilene Monteiro Lupi. Poucos bichinhos e muitas flores compõem a decoração, em que o branco aparece como fundo.
Para amenizar o fato de que no novo apartamento as garotas de 15 e 17anos dividiriam o mesmo quarto, a decoradora Margit Soares propôs a solução ideal. “Como o ambiente é grande, com 25,50 m², distribuí o mobiliário de forma que cada uma ganhasse o próprio espaço”, explica. Assim, tudo que existe de um lado também existe do outro: cama, armário e escrivaninha. E não para por aí. As irmãs controlam individualmente a luz, têm telefones separados e podem receber amigas para dormir graças às bicamas. Apesar da individualidade das áreas, o mobiliário é idêntico.
As trigêmeas de 15 anos queriam dormir no mesmo quarto, porém precisavam de cantos separados para estudar. A solução encontrada pelos pais foram os móveis de estrutura tubular que podem ser montados de acordo com o espaço disponível. Sendo assim, o ambiente de 13,2 m² foi mobiliado com um beliche do qual faz parte uma bancada de estudos. Duas escrivaninhas idênticas, com tampos de MDF com resina poliuretânica texturizada, ficaram lado a lado na parede e, de frente para elas, um sofá-bicama. “Essas peças ocupam menos espaço do que as feitas em marcenaria”, diz a mãe das meninas.
Os adolescentes de 16 e 18 anos não gostaram nada quando os pais comunicaram a mudança da família. Motivo: iam para um apartamento menor, onde passariam a dormir juntos num dormitório de 18 m². Para animar os filhos, o casal pediu ao designer de interiores Marco Aurélio Viterbo um projeto de quarto moderno, em sintonia com o gosto dos rapazes. Deu certo. Marco escolheu camas e bancada de estudos de madeira ebanizada de preto. Para alegrar o ambiente, o profissional usou amarelo nas colchas do tipo futon e nas fotos feitas por Marcos Andreoni e adesivadas pela Tergo Print. Com apenas uma mesa-de-cabeceira, sobrou pouco espaço para as luminárias, que acabaram sendo parafusadas na parede. Os irmãos curtiram as ideias e adoraram saber que agora teriam uma TV de plasma só para eles.
Gde beijo,
Bruna
